“Não sei até que ponto escrever o que se sente, pensa ou vive internamente é bom ou ruim, mas sei que chegar à revelação de um pensamento é o início da criação de uma imagem mental, que pode servir de guia, de fuga de uma das muitas realidades simétricas que você vive todos os dias, ou uma plataforma de vôo para as asas de sua alma.

O fato faz parte do ser, a cada coisa que te acontece você cresce, diminui ou se transforma, a cada hora um pouco mais, rumo a um enigma início e fim de sua existência, transformando você em um monstro, morto de vida inerte ou algo belo .

Quando você menos espera, na maioria das vezes você desaparece e quase não deixa nada no mundo dos vivos.

Essa imagem me atormenta, talvez por isso escrever seja uma "autoterapia" para meu Karma.

Saber que o que eu escrevo você vai ler e que quando eu sair ficará neste mundo, conforta a ansiedade de desaparecer para sempre em silêncio. Depois da dor vem sempre o silêncio e as ondas do esquecimento. Não me esqueças…

Sou capaz de escrever para os outros, mas faço para mim mesmo, embora saiba que você me lê, e que o que escrevo transmite meus pensamentos aos seus, não o faço por você, mas pelo meu batimento cardíaco.

Aos 51 anos, vivo a vida em goles, como quem mata a sede depois de uma longa corrida ao sol. para bebidas ou para goles?.

Talvez a essência da existência esteja nisso, saboreando a vida sem tempo e sem graus ou acariciando-a com os dedos sem tocá-la.

Como você vive?

Atingir uma meta não te satisfaz e você precisa alcançar uma diferente de tempos em tempos, enquanto isso você está perdendo sua vida, até quando?

Este diário tem como objetivo ajudar minha mente, meu consciente e subconsciente a lembrar da semana, do mês e das experiências que me ocorrem.

Estar ciente dos meus passos que não consigo reter na memória por mais de 24 horas. E uma ajuda para você, que não lembra do que aprendeu, que não lembra que me conhece.

Tudo é esquecido, tudo desaparece quando a maré sobe e apaga minhas pegadas na areia”.

Santi Molezun